Economia

Após recordes e polêmicas, dólar cai e fecha em R$ 4,29

Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,79%, vendida a R$ 4,2997. Na semana, acumulou queda de 0,47%.

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (14), dando sequência à trégua da véspera, em mais um dia de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Até quarta, a moeda havia batido quatro recordes consecutivos.

A moeda norte-americana recuou 0,79%, vendida a R$ 4,2997. Veja mais cotações.

Na semana, o dólar acumulou queda de 0,47%. Foi a primeira queda semanal, de acordo com a Reuters.

Na parcial do mês, a moeda tem alta de 0,34%. No ano, já subiu 7,23%.

Leilão de swap

O Banco Central fez nesta sexta-feira mais um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, no equivalente a US$ 1 bilhão, em oferta líquida desses ativos – a mesma operação realizada na quinta, após a disparada do dólar.

Por meio dos contratos de “swap cambial”, o BC realiza uma operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta da moeda. A oferta de swaps cambiais nesta quinta foi a primeira do tipo desde agosto de 2018.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para dar “proteção” aos agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem sua variação do BC.

Polêmica

O câmbio virou motivo de polêmica na quarta-feira (12). Em evento em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar mais baixo permitia empregadas domésticas irem à Disney, nos Estados Unidos. O ministro acrescentou que a alta do dólar fará "todo mundo conhecer o Brasil".

"Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que está cheio de coisa bonita para ver", declarou.

Redução dos juros

 

A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso elevaria a cotação da moeda.

Um dos bancos que tem recomendado emergentes que oferecem diferencial de juros maior é o Credit Suisse. “Temos preferido apostar em moedas que oferecem altas taxas de juros reais e nominais, um balanço de pagamentos estável e riscos políticos, no mínimo, bem conhecidos”, diz um relatório recente do banco. “O rublo russo e a lira turca são dois exemplos dessa descrição. Entre as moedas latino-americanas, nenhuma além do peso mexicano.”

Separadamente, o J.P. Morgan revisou sua perspectiva para a moeda brasileira de “compra” para “neutra”. O banco americano - elegeu o Brasil como uma de suas principais apostas para 2020 em dezembro - nota que as perspectivas de médio prazo do país continuam positivas. No entanto, a deterioração do sentimento de risco e os potenciais efeitos sobre a economia real levaram o banco a interromper a aposta sobre a moeda brasileira.

 

 

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