Economia

Bovespa despenca com saída de Moro do Ministério da Justiça

Na quinta-feira, a bolsa fechou em queda de 1,26%, a 79.673 pontos.

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em forte queda nesta sexta-feira (24), acompanhando o clima negativo nas bolsas internacionais e com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.

Às 11h47, o Ibovespa tinha queda de 5,93%, a 74.794 pontos. Mais cedo, chegou a cair mais de 7%. Veja mais cotações.

Ja o dólar operava em forte alta perto do mesmo horário, chegando a R$ 5,71.

Entre as principais quedas, Banco do Brasil recuava mais de 5% e Petrobras tinha queda de 3%.

Na véspera, a bolsa fechou em queda de 1,26%, a 79.673 pontos.

Saída de Moro

A decisão de Moro - que ganhou notoriedade como principal juiz da operação Lava Jato - ocorre após a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, pelo presidente Jair Bolsonaro, publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira.

O ministro havia imposto como condição para permanecer no governo que pudesse discutir com Bolsonaro a escolha do sucessor de Valeixo à frente da PF, o que não aconteceu, de acordo com uma fonte com conhecimento da decisão do ministro de deixar o governo.

"Estamos vendo um governo se desfazer em meio a uma situação gravíssima de política internacional", afirmou Fernando Bergallo, da FB Capital.

"A troca do Ministro da Saúde em plena pandemia, obviamente, já pegou muito mal para o investidor estrangeiro, e no momento em que o segundo pilar do governo, que é o Ministro da Justiça, que emprestou a credibilidade toda para o Bolsonaro sai do governo, você está perdendo outra perna desse tripé que não vai se sustentar sozinho", afirmou.

Cenário externo

No exterior, o dia é negativo nos mercados devido às preocupações persistentes sobre o coronavírus, e com os investidores decepcionados com a falta de detalhes sobre um fundo de emergência de trilhões de euros acordado pelos líderes do bloco.

As ações chinesas caíram nesta sexta-feira e encerraram a semana em baixa, mas as perdas foram limitadas pois Pequim prometeu mais apoio para sustentar a segunda maior economia do mundo.

Na Europa, colabora para a queda dos índices uma liquidação impulsionada por um colapso histórico nos preços do petróleo na segunda-feira, com medidas de bloqueio para conter o surto de vírus interrompendo a produção e esmagando a demanda.

"Os investidores estão basicamente dando sinal negativo para o plano de curto prazo que os líderes da Comissão Europeia elaboraram ontem", disse Stefan Koopman, economista de mercado do Rabobank.

"Isso não é visto como o suficiente - é apenas percebido como uma medida provisória, e os mercados esperavam ouvir algo sobre o plano de recuperação de longo prazo, mas claramente faltavam detalhes."

 

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