Alta

Dólar sobe pelo 6º dia seguido e chega a bater R$ 3,77

Na máxima da sessão até o momento, moeda dos EUA chegou a R$ 3,7760, levando o real para o pior desempenho diário dentre as moedas globais.

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (18), pelo 6º dia seguido, chegando a se aproximar de R$ 3,80, após ter fechado na casa de R$ 3,70 na véspera, na maior cotação em mais de 2 anos.

Às 11h23, a moeda dos EUA subia 1,17%, a R$ 3,7449. Na máxima da sessão até o momento chegou a R$ 3,776, levando o real para o pior desempenho diário dentre as moedas globais, segundo o Valor Online. O dólar turismo era negociado a R$ 3,92. 

Nesta sexta-feira, o dólar seguia em alta também frente a moedas de outros países, ainda impulsionado pelo avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos em meio a expectativa de alta maior dos juros na maior economia do mundo.

Com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real. Desta forma, muitos investidores estão desmontando posições vendidas contra a moeda norte-americana, destaca a Reuters.

Numa lista de 33 divisas globais, o real brasileiro tem o pior desempenho diário, seguido do rand sul-africano e o peso colombiano, destaca o Valor Online.

A alta do dólar também era influenciada pela fraqueza do euro, que se encaminhava para sua quinta queda semanal consecutiva contra a moeda norte-americana por causa das incertezas políticas na Itália.

Na véspera, o dólar fechou a R$ 3,7015 na venda, maior valor desde março de 2016, com os investidores reagindo à decisão inesperada do Banco Central de manter a taxa Selic em 6,5%. O dólar turismo atingiu R$ 3,86 e nas casas de câmbio chegou a ser vendido a R$ 4,16 no cartão pré-pago, já incluindo o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

Mercado pede atuação mais firme do BC

Internamente, apesar da forte valorização da moeda norte-americanas nos últimos dias, que ajudou o Banco Central a se decidir por manter a Selic em 6,50% ao ano no seu encontro de política monetária desta semana, a autoridade monetária não promoveu mudanças em sua política de swaps.

Nesta sessão, o BC já vendeu os 5 mil novos contratos de swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares -, totalizando US$ 1,250 bilhão em cinco dias de leilões.

O BC ainda realizará leilão de até 4.225 contratos de swaps para rolagem do vencimento de junho no total de US$ 5,650 bilhões. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

Nos últimos dias, a pressão sobre o dólar levou alguns analistas a avaliarem que já seria hora de o BC reforçar a atuação para defender o real.

"O discurso do BC de que o movimento do dólar está alinhado ao exterior tem um limite. Seria prudente atuar (com mais firmeza) para conter a volatilidade. O movimento de alta do dólar está muito rápido", avaliou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

“O que fica evidente é que o mercado vê que BC tem instrumentos, mas ainda não está usando”, acrescenta. Diante da ausência de atuação da autoridade monetária, o profissional aponta que “só tem comprador de dólar no mercado”.

Alta de mais de 11% no ano

No ano, até o fechamento da véspera, o dólar acumula alta de 11,71%.

Na pesquisa Focus do Banco Central, há apostas de que o dólar chegará a R$ 3,81 em outubro, quando ocorrerão as eleições presidenciais. E essa estimativa está em alta. No começo de maio, por exemplo, a cotação máxima esperada para outubro não passava de R$ 3,70, destaca o Valor Online.

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